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Águas de Chapecó sedia o último seminário do 9º Ciclo de Conscientização

O sexto e último seminário reuniu 320 pessoas em Águas de Chapecó, Santa Catarina. O 9º Ciclo de Conscientização também percorreu Venâncio Aires (RS), Guamiranga (PR), Rio Azul (PR), Pouso Redondo (SC) e Pelotas (RS).

Geral - 28/07/2017 10:15
 Promovido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e empresas associadas, com o apoio da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), o 9º Ciclo de Conscientização sobre saúde e segurança do produtor e proteção da criança e do adolescente reuniu 320 pessoas na tarde desta quinta-feira, 27 de julho, em Águas de Chapecó (SC). Produtores de tabaco, autoridades, líderes da comunidade, agentes de saúde e diretores de escola participaram da programação no Salão Paroquial da comunidade.
 
Segundo o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, oportunizar educação aos filhos e preservar a saúde e a segurança dos produtores são prioridades, assim como preservar a posição brasileira como o maior exportador mundial de tabaco. “Educação e saúde são alicerces importantes para a vida, assim como para uma produção sustentável. Nossos maiores clientes estão muito atentos à forma como o tabaco é produzido, se crianças estão envolvidas na lavoura, se os produtores se intoxicam ou se há desmatamento das matas nativas. Tudo isso é levado em consideração e, por isso, a conscientização sobre os temas é importante para a continuidade do nosso negócio”, reforçou Schünke lembrando que mais de 90% da produção é exportada.
 
Os seminários atendem aos acordos firmados perante o MPT-RS e MPT-Brasília e acontecem desde 2009. Em sua nona edição, o Ciclo já percorreu mais de 50 municípios produtores de tabaco, reunindo um público superior a 20 mil pessoas. A Afubra, que também é signatária do acordo, esteve representada pelo tesoureiro, Marcílio Drescher. “Sabemos o quanto o tabaco representa em termos de renda e de subsistência e precisamos valorizar esta cultura. O oeste catarinense tem uma grande produção de leite, de aves e suínos, e foi o tabaco quem possibilitou essa diversificação na pequena propriedade. Apesar de perseguido, o tabaco é sinônimo de qualidade de vida e o produtor deve se orgulhar disso”, falou Drescher aos produtores.
 
O prefeito de Águas de Chapecó, Leonir Hentges, reforçou a importância dos temas. “Já fui produtor e transportador de tabaco e precisamos ter orgulho, porque não há lucratividade maior que o tabaco. E precisamos aproveitar ao máximo os momentos como esse, de orientação”, afirmou.
 
O advogado e procurador do Trabalho aposentado, Dr. Veloir Dirceu Fürst, falou sobre proteção da criança e do adolescente. Segundo ele, o tabaco está interligado à história dos produtores e o trabalho está ligado a uma questão cultural, que valoriza o trabalho. “Enquanto não havia restrições nesse sentido, as famílias, que eram numerosas em filhos, viram no tabaco uma atividade econômica que gerava renda e permitia utilizar a mão de obra familiar disponível. Mas esse cenário mudou quando o Brasil regulamentou por meio do decreto 6481/2008 duas convenções internacionais, seguindo a recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e colocando o tabaco na lista de formas de trabalho proibidas para menores de 18 anos”, explicou Fürst, que é advogado e procurador do Trabalho jubilado pela Procuradoria do Trabalho de Santo Ângelo/RS (MPT/PRT 4ª Região).
 
Segundo Fürst, o trabalho infantil se caracteriza ao utilizar crianças ou adolescentes para substituir a mão de obra adulta necessária. “É preciso diferenciar trabalho infantil de convivência familiar. Se a criança apenas acompanha os pais e ajuda em pequenas e esporádicas atividades, não se caracteriza o trabalho infantil. Mas se o trabalho da criança ou adolescente é necessário sempre, privando-a de educação ou de momentos de lazer; isso se caracteriza exploração de mão de obra infantil”, esclareceu, reforçando ainda que o aprendizado familiar se destaca pelo exemplo.
 
SAÚDE E SEGURANÇA DO PRODUTOR
A programação seguiu com as informações do Dr. NikoTino sobre questões como a correta aplicação, manuseio e armazenagem de agrotóxicos, bem como sobre a utilização da vestimenta de colheita. Conheça alguns dos pontos destacados sobre o tema:
 
Somente utilizar agrotóxicos registrados, de acordo com a receita agronômica;
Manter o pulverizador em perfeitas condições de uso e sem vazamentos;
Durante o manuseio e aplicação de agrotóxicos, sempre utilizar o EPI;
Não permitir a aplicação de agrotóxicos por menores de 18 anos, idosos e gestantes;
Armazenar os agrotóxicos em armário feito de material resistente, chaveado e destinado somente para esse fim, com acesso restrito a trabalhadores orientados a manuseá-los;
Não reutilizar embalagens vazias de agrotóxicos para qualquer fim;
Realizar a tríplice lavagem da embalagem vazia de agrotóxico, utilizando o EPI;
Sinalizar áreas récem-tratadas com agrotóxicos com placa específica para este fim;
Usar sempre luvas impermeáveis e vestimenta específica para a colheita;
Evitar colher o tabaco quando as folhas estiverem molhadas pela chuva ou orvalho;
Dar preferência aos horários menos quentes do dia para a colheita do tabaco;
Além do momento da colheita, o produtor deve ficar atento durante o desponte, o carregamento e a cura/secagem das folhas.
 
RÁDIO FASCINAÇÃO – O tom lúdico do evento ficou por conta da peça teatral Rádio Fascinação, encenada pelo grupo de atores de Santa Cruz do Sul (RS), Espaço Camarim, que também interagiu com o público. Cinco jovens aprendizes formados no curso de Empreendedorismo em Agricultura Polivalente – Gestão Rural do Instituto Crescer Legal, participaram da apresentação. Iniciativa do SindiTabaco e de suas empresas associadas para oportunizar qualificação aos jovens rurais, o curso faz parte do Programa de Aprendizagem Profissional Rural, que já formou duas turmas e tem outras três em andamento
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