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Retração no consumo e importações fazem preço do leite cair no mercado catarinense

As notícias não são boas para quem produz: os preços de referência ao produtor projetado para o leite entregue em agosto registram 2% de queda (2 centavos a men

Geral - 25/08/2017 15:13
 O consumo não se expande e a importação não cessa: essas são as principais causas do excesso de leite no mercado interno brasileiro e a consequente queda no preço praticado pelos laticínios na aquisição dessa matéria-prima junto aos produtores rurais.
         Esse cenário foi analisado pelo Conselho Paritário Produtor/Indústrias de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite/SC) que esteve reunido nesta semana em Florianópolis para definir os valores de referência. As notícias não são boas para quem produz: os preços de referência ao produtor projetado para o leite entregue em agosto registram 2% de queda (2 centavos a menos por litro) em relação ao preço de referência do leite entregue no mês anterior.
O presidente do Conseleite/SC e vice-presidente regional da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) Adelar Maximiliano Zimmer anunciou que o leite entregue em agosto a ser pago em setembro tem as seguintes projeções de valores: leite acima do padrão R$ 1,1966/litro; leite padrão  R$ 1,0405 e abaixo do padrão R$ 0,9459. Os valores se referem ao leite posto na propriedade com Funrural incluso.
         A redução do preço do leite em todas as fases da cadeia produtiva nesta época do ano é absolutamente atípica. “É a primeira vez em dez ano que isso ocorre”, espanta-se Zimmer. O desemprego, a queda geral do poder aquisitivo da população e o excesso de importação – na avaliação do dirigente – são insuficientes para explicar a queda nos preços do leite que ocorrem desde maio. 
Queda no consumo, expansão na produção e aumento das importações fazem preço do leite cair no mercado catarinense. “Pode ser bom, momentaneamente, para o consumidor, mas é péssimo para o produtor rural”, analisa o presidente. A excessiva e desnecessária importação de leite, especialmente do Uruguai, está tumultuando o mercado doméstico e impactando negativamente a cadeia produtiva.

PRODUÇÃO CATARINENSE

         O Estado é o quinto produtor nacional de leite e gera entre 3,0 e 3,1 bilhões de litros por ano, o que corresponde a 8,7% da produção nacional. A concentração da produção está na região oeste catarinense, respondendo por 75% da produção estadual. Ao todo se estima que existam no estado cerca de 50 mil produtores comerciais de leite que produzem cerca de 8,5 milhões de litros por dia. A capacidade industrial é estruturada para processar até 10 milhões de litros de leite/dia.

Saretta diz que crise econômica e importação impactam preço do leite

O deputado estadual Neodi Saretta afirmou que a crise econômica, que reduz o poder aquisitivo da população, e as importações de grandes quantidades da Argentina e do Uruguai têm contribuído para a queda do preço do leite pago ao produtor. “A queda no consumo diminuiu, pois caiu o poder  de compra e o item começou a ser riscado da lista”, lamenta o deputado. Segundo ele, o inverno é uma época de “vacas gordas” para a produção leiteira, mas pela primeira vez em 10 anos houve uma redução de R$ 0,06 no valor do litro pago ao produtor.
Saretta comentou que o arrocho econômico, o desemprego e a redução drástica dos programas sociais afetaram diretamente o consumo do leite. Com relação às importações, Saretta formalizou pedido junto à Secretaria de Estado da Agricultura sobre o histórico das importações de Santa Catarina desde 2014, de leite in natura e em pó. Também questionou se existe controle na divisa do estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina relativo à importação e ao comércio do produto.O deputado lembrou que tramita na Casa um projeto de lei de sua autoria, que obriga as empresas de beneficiamento e comércio de laticínios a informarem aos produtores de leite - na ocasião do pagamento - sobre o valor mínimo a ser pago pelo litro  no mês subsequente. Este projeto teve apoio de Câmaras de Vereadores, que se manifestaram com moções e, por isso, o deputado reiterou a importância das Comissões da Alesc o analisarem para que seja aprovado o quanto antes.


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