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A cada dez filiados a partidos somente quatro são mulheres

Número de integrantes em siglas cresce no Brasil, mas distribuição entre gêneros continua desproporcional. O Jornal Expresso d’Oeste fez um levantamento para analisar quantas mulheres assumem uma cadeira frente ao poder público nos municípios

Geral - 09/03/2018 11:00
Região 

Há muito que as mulheres vêm lutando por espaço igualitário e crescimento pessoal e profissional, aquilo que hoje se convencionou chamar de “empoderamento”. Uma pesquisa feita pela Pulso Público a pedido do Movimento Transparência Partidária (MTP), que tem como coordenador o cientista político Marcelo Issa, mostra que a cada dez eleitores filiados a partidos políticos apenas quatro são mulheres. A maioria das siglas possui entre 40% e 46% de filiadas. Segundo a Lei de nº 9.504/1997, cada partido ou coligação deve conter no mínimo 30% e no máximo 70% de suas vagas para candidatura de cada sexo.
O Dia Internacional das Mulheres, comemorado no dia 08 de Março, tem em seu histórico a luta pela igualdade. Em ano eleitoral, as mulheres, que representam 51,03% da população brasileira - dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - deveriam representar pelo menos a metade do Congresso Nacional, mas sabemos que não é bem assim. Uma pesquisa feita em 2014 pela Secretaria de Políticas Para as Mulheres mostra que apenas 9,9% dos deputados federais eleitos em 2014 eram do sexo feminino.
Até então muitas conquistas já se concretizaram, como o direito ao voto, mas ainda é necessário garantir a participação plena e efetiva das mulheres em busca de uma política igualitária. O MTP acredita que os altos índices de violência contra a mulher ocorridos no Brasil têm a ver com a ausência delas na formulação de políticas públicas.
O desequilíbrio na distribuição entre homens e mulheres na política não é um problema exclusivamente brasileiro, mas sim global. A luta por direitos igualitários se tornou recorrente nas mídias e entidades como a Organização das Nações Unidas (ONU) com o seu projeto Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 – Igualdade de Gênero e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) trabalham para diminuir essa desigualdade. 
O crescimento de eleitores filiados às siglas passou de 8,4% para 11,4% (2009 a 2017), totalizando 16,6 milhões de filiados e comprovando que o crescimento do número de eleitores filiados a partidos políticos foi superior ao número de eleitores. A REDE e o NOVO são os únicos partidos que aparecem com menos de 40% de mulheres filiadas (REDE com 37% e NOVO com 13%).  
Neste contexto, a reportagem do Jornal Expresso d’Oeste fez um levantamento de quantas mulheres assumem uma cadeira perante ao poder público. Na região, não consta prefeitas, apenas uma vice-prefeita, no município de Caibi. Já no Poder Legislativo, as mulheres buscam por mais espaços. Nos municípios de Águas de Chapecó, Caibi, Mondaí e São Carlos de cada nove vereadores duas são mulheres. Nos municípios de Cunhataí e Riqueza de cada nove vereadores uma é mulher. Já em Palmitos, de onze vereadores duas são mulheres, e no município de Cunha Porã, a representatividade feminina é maior, de nove vereadores, três são mulheres. 
A Nova Zelândia, em 1893, e a Finlândia, em 1906, foram os primeiros países a reconhecer o direito das mulheres ao voto. No Brasil, isso só aconteceu em 1932 durante o Governo Getúlio Vargas.
 

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