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“Hospital Regional de Palmitos não vai fechar”, garante o prefeito Dair Enge

Durante a reunião o prefeito de Palmitos, Dair Jocely Enge, afirmou que “Hospital Regional de Palmitos não vai fechar. Dos R$200 mil que o hospital precisa para capital de giro, 70% será viabilizado pela administração municipal com recursos do superávit do ano de 2018 e 30% o Legislativo se comprometeu a repassar

PALMITOS - 22/02/2019 08:39
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            O Hospital Regional de Palmitos (HRP) está passando por uma crise financeira que tem mobilizado a comunidade Palmitense. Na última semana funcionários e corpo técnico do HRP realizaram uma mobilização paralisando as atividades em alguns horários daquele dia, alegando que receberam somente 50% do salário no mês de janeiro, devido à crise financeira do Hospital.

            Para tentar reverter a situação e encontrar uma solução, foi realizada uma reunião com o poder público municipal segunda-feira, dia 11, na Câmara de Vereadores. O encontro contou com a presença massiva dos funcionários, colaboradores e administradores do HRP, representantes da Administração Municipal, vereadores, entidades e comunidade em geral.

            Na oportunidade o diretor administrativo, Odanor Tombini, expôs a situação do hospital, citando também reforma a construção do terceiro piso e despesas mensis. Porém, ressaltou que a situação do hospital é decorrente da defasagem do Sistema Único de Saúde (SUS) para com o hospital. Neste contexto, ele explica que o SUS repassa o mesmo valor de convênio há mais de 20 anos. “Existe uma linha do SUS e uma curva de despesas e investimentos, ou seja, o SUS permanece há 20 anos em linha horizontal e a curva de despesas e investimentos somente aumenta, elas não se juntam mais. Essa que aumenta fica cada vez mais distante”, exemplifica.

            Em relação aos recursos do SUS, Tombini revela que “nas fusões dos hospitais, o SUS pagava a folha e sobrava 25%, e hoje o SUS não paga a folha e falta 40%, por exemplo, o SUS paga R$ 100 mil e o hospital tem que tirar do bolso os outros R$ 40 mil para cobrir a folha. Essa conta fica cada vez mais difícil de fechar, pois o SUS não tende aumentar e a folha de pagamento e as despesas continuam aumentando”, reconhece.

            Sobre o dinheiro livre em caixa, Tombini prestou contas, citando que o hospital perdeu caixa com o pagamento de  R$ 150 mil a uma indenização sobre o falecimento de uma paciente o qual o hospital foi condenado; R$ 90 mil de serviços de advogados; R$ 240 mil para o projeto e acompanhamento da obra do terceiro piso, que segundo o diretor, esse trabalho foi cancelado; R$ 117 mil para o funcionamento dos elevadores; dentre outras despesas menores.

            A gerente administrativa do HRP, Raquel de Moura, citou as despesas e receitas mensais que o hospital tem. Segundo ela os valores pagos hoje por internação são os mesmos de dez anos atrás, “neste sentido, tendo que pagar luz, água, medicação e os serviços do colaborador os valores ficam estagnados”, comenta ela, citando o aumento dos impostos no decorrer dos anos.

Sobre os valores, Raquel cita que da prefeitura de Riqueza o hospital recebe R$ 14.017,50 para o serviço de sobreaviso e da prefeitura de Palmitos R$ 61.500,00 para o sobreaviso, de pequenos procedimentos o hospital recebe R$ 3 mil, do SUS recebe R$ 96 mil. “Dentro desses R$ 96 mil são pagas as internações, médicos, consultas de urgência e emergência e ambulatório. Frisando que, quando um paciente chega no ambulatório para uma consulta que ele não está passando bem, recebem R$ 11 por consulta, se esse paciente precisar de soro o SUS paga R$ 12,47, o que quero ressaltar é que não se soma R$ 11 mais R$ 12,47, vamos receber somente os R$ 12,47. O SUS entende como um atendimento”, declara. Ela menciona ainda que existe um pagamento diferenciado dos pacientes que estão internados na ala.

Sobre as despesas, a gerente comenta que a folha de pagamentos gira em torno de de R$ 164 mil, o que inclui os 68 funcionários e os encargos; sobreavisos médicos uma média de R$ 47 mil; média de R$ 2,5 mil de água, R$ 11 mil de luz; R$ 30 mil de farmácia e medicamentos; R$ 1,3 mil de laboratório para exames; R$ 15 mil de alimentação; R$ 5,7 mil parcela de multa do INSS de 10 anos atrás; R$ 1,5 mil assessoria jurídica; R$ 4,9 mil de escritório de contabilidade; R$ 49,5 mil de despesas operacionais (material de limpeza, material de consumo, manutenção, material de expediente, telefone, correio etc..).

Ela ressalta que ao todo o HRP registra de receita R$ 302.752,97 mensal, e de despesa mensal é em média R$ 332.400,00 uma diferença de R$ 29.643,00 por mês. “É uma despesa mensal, e que somando por mês é um montante”, declara.

SOLUÇÃO ENCONTRADA

            Diante do exposto, a Administração Municipal de Palmitos, representada pelo prefeito Dair Jocely Enge, explanou sobre a situação do hospital e o valor repassado de R$ 61.500,00, o que equivale ao valor R$ 3,78 por habitante. Ainda, apresentou o valor de R$ 10,8 mil que é repassado em relação as consultas que vem do estado; R$ 5.670,00 de consultas de enfermagem de nível superior; R$ 16.239,00 de incentivo. Os pequenos procedimentos têm uma variação e é pago conforme a produção.

            O prefeito em seu pronunciamento, garantiu que não vê a possibilidade de o Hospital encerrar suas atividades. “Hospital Regional de Palmitos não vai fechar, são palavras do prefeito de vocês, mas precisamos analisar e descobrir onde está o furo”, apontou. Reconheceu ainda que o hospital necessita de R$ 200 mil para capital de giro e informou que para resolver esse impasse, o município estará viabilizando repasse de recursos. Dos R$200 mil que o hospital precisa para capital de giro, 70% será viabilizado pela administração municipal com recursos do superávit do ano de 2018 e 30% o Legislativo se comprometeu a repassar. O aporte de mais R$ 40 mil mensais que o hospital também necessita será feito uma análise por parte da administração municipal da forma legal de repasse que deve ocorrer a partir do mês de abril deste ano.

Fonte: Jornal Expresso d'Oeste
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