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Fique atento ao atraso de linguagem das crianças

O atraso é caracterizado exclusivamente por aquisição lenta e atrasada da fala, ou apresentar-se como parte de um conjunto de sequelas de outras condições

Geral - 30/08/2019 14:21

Não é normal a criança não falar aos 12 meses (um ano) mais ou menos, sendo as primeiras palavras, repetições silábicas como /papa/, /mama/, /tata/, sendo essas, usadas para nomear várias coisas. De acordo com a fonoaudióloga da Clínica Comunicação, Lia Boger, o atraso de linguagem é um distúrbio que pode ser simples, ou seja, caracterizar-se exclusivamente por aquisição lenta e atrasada da fala, ou apresentar-se como parte de um conjunto de sequelas de outras condições, como deficiência auditiva, autismo, deficiência mental, entre outras.

Após o um ano de idade, o aumento do vocabulário é rápido e, por volta de 24 meses (dois anos), a criança começa as primeiras frases simples, sendo esperado que até os 36 meses (três anos) já seja capaz de contar pequenos fatos com uso de organização gramatical. Até 48 meses (quatro anos) apresenta até 1000 palavras, usa o significado de sentimentos, mas pode desviar o significado. Usa o /como/ e quando/. Aos 60 meses (cinco anos) a fala deve ser correta e bem estruturada. Espera-se o desenvolvimento, a partir de 6 anos, da leitura e escrita, desenvolvendo aspectos mais complexos da linguagem como a abstração, associação de aprendizagem e resolução de problemas a partir da evocação de dados.

Dito isso, Lia explica que atualmente, com a preocupação das áreas relacionadas ao desenvolvimento infantil, as famílias têm procurado informações e fonoaudiólogos para avaliar o quadro. “Particularmente, acho importante estar atento ao mutismo, ou seja, crianças que não falam, ou para o uso exclusivo de vocalizações, sem formação de sílabas. Dar atenção à compreensão de chamado, pequenas ordens como ‘dá pra mamãe?’, ‘pega a bola’”, salienta.

E quais as causas do atraso simples da linguagem? Segundo a fonoaudióloga, não havendo nenhum fator patológico causal, pode-se pensar em escassez de estímulo concreto, falta de socialização, entre outras. Há que se falar seriamente dos casos em que as crianças fazem uso de estímulos virtuais, como filmes e jogos através de TV, tablet e celulares. Já existem estudos que apontam condições de atrasos nas áreas cognitivas provocados por estímulo intenso e constante desses aparelhos.

“Se a criança for diagnosticada precocemente, por volta de 18 meses, costuma-se fazer uma orientação à família e sugestão de atividades para desenvolver em ambiente familiar. A mudança do quadro deve ser dinâmica: se em 2 ou 3 meses não houver melhora na comunicação, inicia-se procedimento terapêutico”, comenta Lia Boger.

Por vezes, faz-se necessário avaliação complementar neuropediátrica, auditiva, psicológica, otorrinolaringológica ou outras. O fonoaudiólogo pode encaminhar o que considerar necessário. As sequelas do atraso de linguagem podem ser vistas na aprendizagem escolar, capacidade de comunicação e socialização.

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