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Psicólogo alerta para aumento de casos de ansiedade e depressão durante a pandemia

Para o psicólogo, Cleiton Lauschner, esse crescimento das doenças mentais está associado a mudança brusca que as pessoas tiveram na rotina devido a pandemia do Coronavírus

Saúde Mental - 20/04/2021 09:51
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Em entrevista à reportagem da TV Expresso o psicólogo, Cleiton Lauschner, abordou sobre saúde mental na pandemia e possibilidades de compreender o novo momento para seguir a vida. Segundo ele, no começo da pandemia muitos foram os registros de pessoas que procuraram com crises de ansiedade achando que estavam com Coronavírus. Ele explica, que há sintomas que permitem diferenciar com clareza a ansiedade da depressão, e que devem ser analisados com atenção pelas pessoas que convivem com possíveis doentes depressivos. “A ansiedade apresenta sintomas como dificuldade de dormir, as pessoas acabam descontando na alimentação, comem demais ou não conseguem comer, podendo ser algo momentâneo, ou seja, antes de uma viagem, de um evento importante, entrevista de emprego, entre outros sintomas. Mas é importante saber que a ansiedade só passa a ser uma patologia quando ela acaba interferindo na vida da pessoa, quando ela deixa de fazer algo por medo”, reforça.

Conforme o psicólogo a depressão apresenta alguns sintomas diferentes como: uma tristeza profunda, perda de interesse em algo que tinha prazer em fazer, baixa autoestima, afetando de forma negativamente de como pensar, sentir e viver naquele momento. “Mas só passa a ser uma depressão quando a gente tem essa tristeza que vai se alastrando por muito tempo e acaba impedindo da pessoa viver a vida mais tranquila”, argumenta. 


Motivos das doenças

FOTO: Print da Entrevista/TV Expresso

De acordo com ele esse crescimento das doenças mentais está associado a mudança brusca que as pessoas tiveram na rotina, devido a pandemia do Coronavírus, que já dura mais de um ano. “Tivemos Lockdown, isolamento social, ou seja, o brasileiro gosta muito de festa, se reunir em famílias, amigos. E não só na questão de lazer, mas nossa rotina de trabalho onde pessoas tiveram que se reinventar, mudou muito nosso dia a dia, pessoas perderam emprego, e isso causa um sofrimento, cortando muitos sonhos, projetos e conquistas”, explica.

Lauschner acredita que as pessoas mudaram muito o pensamento e vão mudar ainda mais depois da pandemia, pois vivia-se na cultura da felicidade suprema, aonde todo dia as pessoas precisam estar felizes e não podem estar tristes. “É difícil alguém dizer “hoje eu não estou bem”, por medo de falar dos nossos sentimentos e de como a outra pessoa vai reagir ao meu sentimento. As vezes o meu problema pode ser gigante, mas para o outro pode ser pequeno, então busque auxiliar essa pessoa a procurar ajuda”, orienta.

Ainda conforme o psicólogo uma pessoa que foi internada por covid-19 é normal ela apresentar medo da situação se agravar. “Mas o pior de tudo é esse distanciamento da família, essa falta de contato, pois quem está respeitando o distanciamento social já desenvolve algumas crises de ansiedade, imagina para quem está positivado dentro de um hospital, vendo as pessoas serem entubadas”, explica.


Atenção especial aos idosos

FOTO: Imagem Ilustrativa

O psicólogo destaca que, quem souber usar a internet vai encontrar ferramentas e aplicativos que permitem lidar melhor com a pandemia, a exemplo de vídeo chamadas em grupos para ‘matar um pouco aquela saudade’. No entanto, os idosos lidam com a limitação da tecnologia, uma vez que não fazem uso de celular, mas que também mantinham uma rotina social como baile do idoso, jogo de canastra, jogo de bingo e agora eles estão privados dessa vida. O psicólogo alerta nesses casos, para que a família auxilie a nova adaptação. “Façam visitas para esses idosos, mas não é visita de chegar lá e cumprimentar, abraçar, entrar dentro de casa. Pare o carro na frente de casa, o idoso do lado de dentro do portão, fazendo o uso de máscara, para eles poderem te ver, conversar de longe”, sugere.


Alerta as Fake News

Lauschner finaliza deixando uma alerta também, com os reflexos das mídias e Fake News. Segundo ele, é importante manter-se informados do que acontece no país, mas é preciso evitar ficar o dia todo vendo televisão com foco em notícias trágicas. “Realize atividades físicas, faça a leitura de um livro, realize um curso de inglês, de culinária, de forma online, teste uma receita de um bolo novo para a sua família. E para os jovens, tem aplicativos onde você pode assistir um filme da Netflix em grupos ou criar uma balada virtual e convidar os amigos, escolher as músicas e cada um na sua casa curtir”, conclui o especialista, apontando as diversas possibilidades para se adaptar ao ‘novo normal’. 


Fonte: TV Expresso
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