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O papel da Escola Familiar Rural para incentivar o jovem no campo

Com o objetivo de conhecer mais sobre o trabalho das escolas rurais, a reportagem da TV Expresso esteve a campo, acompanhando as atividades desenvolvidas pela Casa Familiar Rural de Caibi

Caibi - 02/09/2021 08:28 (atualizado em 02/09/2021 08:29)
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A educação do campo é uma proposta abrangente que visa à formação do homem e também a valorização no que diz respeito ao espaço, tempo e modelo de currículo, que mobilize as atividades urbanas abrangentes a toda a família, bem como a s estratégias para o desenvolvimento sustentável.

O campo é um espaço particular de cultura, política, identidade, história e de existência social. No Brasil, das mais de 180 mil escolas existentes, 55 mil estão localizadas na zona rural, segundo dados do Censo Escolar de 2019.

Essas escolas contam com um ensino chamado de Pedagogia da Alternância, a qual adapta a estrutura pedagógica ao ritmo dos alunos, que precisam, além de estudar, executar tarefas profissionais em suas terras. Eles sobrevivem do trabalho agrícola, marco econômico de quase todo o campo, como, por exemplo, o estado de Santa Catarina. *Fonte – Infoescola

Foto: TV Expresso – No Brasil, das mais de 180 mil escolas existentes, 55 mil estão localizadas na zona rural, segundo dados do Censo Escolar de 2019.

CASA FAMILIAR RURAL DE CAIBI

Com o objetivo de saber mais sobre o trabalho dessas escolas, a reportagem da TV Expresso esteve a campo, acompanhando as atividades desenvolvidas pela Casa Familiar Rural de Caibi. Conforme a diretora administrativa, Daiana de Souza, o diferencial do ensino do CFR é o Curso Técnico Integrado em Agricultura.

“Assim como as escolas regulares, o CFR tem todas as disciplinas da Base Nacional Comum Curricular. Além dessas, ela têm as disciplinas técnicas que envolvem: solo, mecanização e criação de animal, administração rural, economia rural, PPVJ - que é o Projeto Profissional de Vida do Jovem, que ele tem que fazer, tem que desenvolver nos três anos, para no final do ano apresentar, e também tem o estágio. Por ser curso técnico a gente exige estágio, é obrigatório, então nos três anos eles passam por fases diferentes estágio”, esclarece.

Foto: CFR – A Casa Familiar Rural de Caibi completou no dia 17 de agosto, 29 anos de história.


OBJETIVO DA CFR

Segundo Daiana, a Casa Familiar Rural tem por finalidade oferecer uma opção diferente de estudo, e tentar manter o jovem no campo. “O principal objetivo é oferecer o curso técnico, uma graduação diferente dos outros ensinos médios, e tentar fazer com que esses jovens fiquem na propriedade, fazendo com que aconteça a sucessão familiar. Mas, isso não impede que eles trabalhem como técnicos em diferentes empresas, que hoje a gente tem vários alunos e ex-alunos da Casa Familiar Rural, que já trabalham em empresas e outros preferiram ficar na propriedade, para modificar, melhorar, somaram né com a família deles”, conta.

Ainda segundo a diretora, a CFR atende no momento 75 alunos, sendo uma média de 20 por turma, entre 1°, 2° e 3° ano do ensino médio. Para seguir com os protocolos de segurança contra a Covid-19, a escola está atendendo uma turma por semana.

Foto: TV Expresso – A Casa Familiar Rural atende no momento 75 alunos, sendo uma média de 20 por turma.


“TIVE MUITA INFLUÊNCIA DE PARENTES MEUS”, DIZ ALUNO

O aluno Lucas Weiss, da turma do 1° ano, comentou com a reportagem da TV Expresso, que teve muita influência de parentes, para que o mesmo fosse estudar na Casa Familiar Rural. “Eu gosto muito da escola, tive muita influência de parentes meus e familiares, que falaram que era para mim ir para CFR estudar, que era um aprendizado totalmente diferente por ser utilizado a técnica da alternância”, conta.

Weiss explicou ainda, como funciona a técnica da alternância e as atividades realizadas na escola. “A gente acaba vindo para escola na segunda e só retornando para casa na sexta-feira. Até ganhamos mais experiência por viver em grupo, nós passamos a semana inteira junto com os colegas e professores. A gente faz atividades, ajuda na preparação de refeições, lavar louça, organizar a escola, e ainda tem a parte da técnica que ajuda um monte no nosso aprendizado. Acabamos saindo da parte teórica e vamos para a realidade, para ver como é que realmente é a vida do produtor. No meu ver, isso ajuda um monte, pois no futuro, se eu vou querer fazer uma faculdade, aprofundar meu conhecimento, eu já vou ter uma grande base do que  realmente é agricultura, no que eu vou querer trabalhar, porque desde novo eu já vinha estudando isso”, destaca.

Foto: TV Expresso – Estudante da turma no 1° ano da Casa Familiar Rural, Lucas Weiss.


“OS PROFESSORES DAS ÁREAS GERAIS TAMBÉM TRABALHAM ESSAS QUESTÕES TÉCNICAS”, AFIRMA O COORDENADOR DO CURSO

Alan Marcon, coordenador do Curso de Agricultura, relatou que, a cada alternância, ou seja, a cada semana em que os alunos vêm para a escola, são planejadas aulas envolvendo um assunto da área técnica. “A gente tenta planejar junto com os professores, alguma visita sobre o assunto técnico e ou também alguma palestra. Exemplificando, hoje a gente veio fazer uma visita com práticas de realização de podas de árvores frutíferas, anteriormente a isso, a gente fez lá na Casa Familiar uma produção de Calda Sulfocálcica e também falou sobre as podas lá, e hoje a gente veio na propriedade aqui, para praticar um pouco sobre isso também”, informa.

O coordenador salientou ainda que os professores das áreas gerais, também trabalham sobre os assuntos técnicos em sala de aula. “Exemplificando nesse caso das podas, o professor das disciplinas das áreas gerais também trabalha sobre essas questões. A gente planeja por exemplo assim, o professor da área de biologia, ele pode trabalhar a parte de fisiologia vegetal, a questão de frutificação, a questão de polinização, os hormônios das plantas. O professor de matemática também pode trabalhar a questão de volume de produção, a questão de uma instalação, o professor também pode trabalhar a questão de formas geométricas, área, enfim, a gente tenta envolver todos os professores. O professor de geografia vai falar da questão da dispersão das espécies de plantas frutíferas no mundo, na região”, descreve.

De acordo com Marcon, todas as aulas são extremamente planejadas para que os alunos tenham facilidade durante o ensino-aprendizado. “Pensamos que o aluno dessa forma, ele consegue agregar mais conhecimento porque ele traz para dentro da sala de aula, aquilo que ele vivencia no dia a dia, então a gente sempre tenta intercalar essa parte da teoria com a prática que a gente tem no campo”, avalia.

Foto: TV Expresso – Realização de podas de árvores frutíferas.


“MEU PAI E MINHA MÃE MORAM NO INTERIOR”, CONTA SERAFINI

O aluno Lucas Serafini, também estudante da turma no 1° ano da Casa Familiar Rural, contou à reportagem da TV Expresso, que seus pais moram no interior e que o mesmo sempre ajuda em casa. “Eu vim para a Casa Familiar por causa do Curso Técnico, para conhecer vários colegas e mudar minha rotina um pouco. Meu pai e minha mãe moram no interior e eu sempre ajudo, isso para mim vai ser uma coisa bem boa. Eu gosto muito da escola, os professores explicam bem, as aulas são divertidas, mas a melhor parte é quando a gente vai para fora, fazer a técnica. Nós vamos na horta, plantamos, fazemos um monte de coisas”, finaliza.


Foto: TV Expresso – Estudante da turma no 1° ano da Casa Familiar Rural, Lucas Serafini.
Fonte: Reportagem - Ana Paula da Costa/ Informações sobre Educação - Infoescola
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