TV GC

Frente fria vai estourar bolha de calor e encerrar duas semanas quentes

Frente fria avança pelo Sul do Brasil entre esta quarta e a quinta-feira e será seguida por massa de ar frio com mínimas baixas nas regiões serranas

Previsão do Tempo - 26/01/2022 11:28 (atualizado em 26/01/2022 11:29)


Foto: Reprodução MetSul - Os mapas acima mostram as anomalias de temperatura projetados para as tardes do dia (25) e de quinta (27). Observe a diferença em 48 horas que sairá de massa de ar excepcionalmente quente para uma massa de ar mais frio


Uma frente vai avançar pelo Sul do Brasil entre quarta-feira (26) e quinta-feira (27), rompendo o persistente bloqueio atmosférico e, após duas semanas de temperatura muito acima do normal, estourará a bolha de calor. A temperatura despencará em relação ao que vem se registrando e se iniciará uma sequência de dias de marcas mais agradáveis e perto dos padrões históricos médios desta época do ano.

Esta massa de ar frio vai derrubar as máximas à tarde entre 10ºC e 15ºC em relação ao que vem se registrando e as noites terão mínimas 5ºC a 8ºC mais baixas que as registradas nestes dias da onda de calor. O desconforto térmico vai cessar e condições agradáveis devem predominar por alguns dias após a passagem da frente fria e o ingresso do ar mais ameno.

No Oeste do Sul do Brasil, onde têm sido registradas as máximas mais altas com valores até superiores a 44ºC em estações automáticas particulares, a influência da massa de ar frio será menor pela trajetória marítima do ar mais ameno. Em Florianópolis, o calorão vai até o começo da quinta, antes da chuva da frente fria, na sexta e no fim de semana a temperatura estará agradável.

Mesmo assim se espera uma queda notável da temperatura. A semana deve terminar com máximas em torno de 30ºC a 33ºC em cidades que repetidamente estão registrando há vários dias 41ºC a 44ºC.

 

NOITES MUITO MAIS AGRADÁVEIS

Embora massas de ar frio nesta época do ano não tragam frio propriamente dito para a grande maioria dos municípios, noites bastante agradáveis são esperadas. No fim de semana, alguns locais (baixadas) dos Aparados da Serra e do Planalto Sul Catarinense podem anotar mínimas de um dígito, portanto abaixo de 10ºC.

 

O ESTOURO DA BOLHA DE CALOR

É preciso um sistema atmosférico de mesoescala mais vigoroso como uma frente fria para que se estoure uma bolha de calor com a potência como a que cobre o Centro da América do Sul há duas semanas, o que traz uma onda de calor extremamente forte e prolongada com múltiplos recordes históricos. É o que vai ocorrer com esta frente fria impulsionada por uma massa de ar frio.

A bolha de calor, assim, vai estourar. Mas o que é uma bolha de calor?  O verão significa clima quente – às vezes perigosamente quente – e ondas de calor extremas se tornaram mais frequentes nas últimas décadas por conta das mudanças climáticas. Às vezes, o calor escaldante fica aprisionado no que é chamado de cúpula de calor.

Áreas de alta pressão, como cúpulas de calor, têm ar descendente. Isso comprime o ar no solo e através da compressão aquece a coluna de ar. Em suma, uma cúpula de calor é criada quando uma área de alta pressão permanece sobre a mesma área por dias ou até semanas, prendendo ar muito quente por baixo assim como uma tampa em uma panela.

É, assim, um processo físico na atmosfera. As massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma cúpula de alta pressão que desvia os sistemas meteorológicos – como frentes frias – ao seu redor.

À medida que o sistema de alta pressão se instala em determinada região, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens. O alto ângulo do sol de verão combinado com o céu claro ou de poucas nuvens aquece ainda mais o solo.

Em meio a condições de seca, como o Sul do Brasil e países vizinhos hoje enfrentam, o ciclo vicioso não termina aí. A combinação de calor excessivo e superfície terrestre ressecada funciona para tornar a onda de calor ainda mais extrema. É o que os cientistas denominam de mecanismo de feedback.

 Com escassa umidade no solo, a energia térmica que normalmente seria usada na evaporação – um processo de resfriamento – aquece diretamente o ar e o solo. Quando a superfície da terra está mais seca, assim, ela não consegue se resfriar por evaporação, o que torna a superfície ainda mais quente, o que fortalece ainda mais o bloqueio da cúpula de calor. 

Fonte: METSUL
Envie suas sugestões de pauta para a redação
WhatsApp Business EXPRESSO D'OESTE (49) 99819 9356

Mais notícias

Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência.